" Posso entrar, Ângela perguntou, encostando a mão direita na porta entreaberta. Seu corpo permanecia ainda no corredor iluminado e o contraste com a ausência de luz da sala transformou a silhueta da mulher em uma sombra, que começou a se debater quando foi arrastada para dentro. Seus olhos tentavam perscrutar o espaço em ângulos impossíveis, buscando um escape, como uma presa arisca. Sentiu uma mão forte, com cheiro de álcool, apertando seus lábios. A outra, como uma garra, machucava seu ombro esquerdo, pressionando-o para trás. O coração de Ângela doía a cada batida. Não entendia o que estava a acontecendo, mas sabia que estava em perigo."